há qualquer coisa de agreste que às vezes nos quebra. Do desconhecido surge uma semente má e os ventos agrestes do outono com ameaças disfarçadas. Não há razão nenhuma e há tantas razões. Já são muitos anos e somos muitos e muito diferentes. Criámos vícios, testámos limites e não sei se teria sido possível de outra forma.
Dá-me medo. Mas não é a primeira vez que sinto medo por nós. No fundo, apesar do que sintamos, e do que digamos sabemos quem somos, sabemos o nosso lugar na vida uns dos outros. Nem sempre nos respeitamos nos nossos timings, mas sempre gerimos o nosso tempo (o tempo Nós) da forma possível. Com convicção. E quando um quebra, o outro salta para a frente, fortalecido e rejuvenescido, para relembrar, sem palavras, sem gestos, quem somos - plural. Nós.
Às vezes, na poeira do tempo, fica escondida a nossa razão de ser. O nosso princípio. E quando quebramos não queremos ver, porque há cansaço. Mas um dia, depois da quebra do Outono chega Novembro, a chuva explode sobre nós e lava tudo. Tudo. E voltamos ao início, mas com mais entrega, porque aí sabemos de novo. Sei o meu lugar em ti, e em ti, e nela e nele.
Mas dá medo...
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