é sexta-feira e não tenho planos. pode ser prenúncio infalível de uma nuvem de mau humor que pode atravessar o fim-de-semana inteiro. mas hoje, estou a adorar a perspectiva de dormir sem fastasmas de despertador, de saltar entre a cama e o sofá, entre as leituras e as pilhas virtuais de filmes para pôr em dia. precavi-me: há gelado no frigorífico e frutos secos de reserva.
viver a vida a 100 à hora cansa, e a porra da idade não perdoa. sorver todos os minutos do fim-de-semana, praticar overbooking com os amigos e ainda passar a correr na família que nunca compreende o porquê de tanta agitação esgota qualquer pessoa. gerir (ou engolir) o sentimento de culpa por não dedicar tempo suficiente a quem mais precisa e merece deixa mossa. a necessidade de preencher em dois dias o vazio de uma semana de 12 horas diárias de trabalho, durante a qual não há espaço para mais ninguém é exasperante e os fins-de-semana são, no fundo, mais dois dias de escravidão auto-imposta para não perder nada. tudo isto cansa a sério, sobretudo a minha insuportável intransigência comigo própria.
hoje, surpreendentemente, não tenho planos e estou calma. vou hibernar e sobreviver ao descanso sem auto-flagelação! espero...
1 comentário:
Passei por aqui e identifiquei-me com o que li. Não é fácil (o quê?). Força. Escreves bem. Sentes.
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