9.28.2009

:: a minha saga legislativa

advertência aos navegantes:
não venho falar de política (até porque disso pouco sei). é de frustrações que trata o post de hoje.

devia ter imaginado logo que a coisa não ia correr bem quando há uma semana fiz o teste aqui e a bússola pendeu para a direita. eu, que sempre simpatizei mais com os que defendem os menos poderosos, com a ideia romântica de um mundo de igualdades, onde o carteiro e o magnata têm ambos condições dignas e direito aos seus Direitos (perdoem a redundância mas Direito é palavra da qual devemos abusar sem medo). devia ter previsto que a coisa não ia correr bem.

ora depois de a dita bússola eleitoral me ter colado ao MMS, um partido assim a atirar para o ridículo (ide dar uma espreitadela no site!), eu, vexada, resolvi não partilhar com muita gente e ficar sossegadinha até ao dia em que iria finalmente poder prestar o meu dever cívico e redimir-me de uma breve inclinação estapafúrdia que afinal - diz a bússola - tenho por uma forma meia parva de fazer política.

não previ nada do que estava para vir e aguardei pacientemente. regressei mais cedo de um fim-de-semana fora de Lisboa para votar.

ao que tudo indica, os senhores da comissão de eleitores terão tido acesso ao resultado desta bússola desvairada e, antes que eu cometesse uma loucura, resolveram vetar-me o voto. deitaram-me à cara que não estou recenseada, que o meu número de eleitor não existe, que não consto dos cadernos e quase que juro que ouvi um rosnado vá para casa descansadinha, ver a telenovela e fazer ponto cruz. nem o meu argumento de que votei há três meses nas europeias, precisamente com os mesmíssimos documentos, os demoveu.

fiquei furiosa, pois claro que fiquei!

ora eu sou uma miúda pouco dada a racionalizações. pode ser pouco abonatório da minha pessoa, mas é a verdade. movem-me sobretudo as políticas sociais, quero um mundo mais justo para os idosos que têm direito a uma velhice digna e gostava que os jovens licenciados não tivessem que aceitar um emprego que paga o ordenado mínimo. defendo o rendimento mínimo com unhas e dentes porque mesmo que haja quem se aproveite do mesmo, sossega-me saber que quem tem um azar na vida, fica acautelado até se recompor. é certo que, apesar de tudo isso, não concordo com a a maior parte das políticas de desenvolvimento económico da esquerda e é claro que um pontapé na economia é fundamental para empurrar o país para a frente, mas como disse, deixo-me levar pelas questões humanísticas. é visceral! não posso fazer nada contra...


3 comentários:

Goldfish disse...

Ó rapariga, tu não entendes nada... Com medo que os fantasmas de eleitores dos vários partidos vieesem votar nesta altura de insanidade fizeram uma revista exausiva aos cadernos eleitorais - coisa desnecessária nas europeias, em que nem os fantasmas se incomodam! Ora, antes que aches que estou a dizer que bateste as botas e não sabes (e, feita idiota, continuas a ir trabalhar!!!), lembro-te que, provavelmente, ainda deves morar noutro local do mundo, segundo o BI, e morar noutra cidade, segundo a Carta de Condução... Acertei? ;)

P.S. - a limpeza e arrumação da "tralha" nas recentes aquisições IKEA deve ter sido trabalhosa... welcome back!

jonah disse...

:) na mouche!

fd disse...

As limitações deste sistema eleitoral, que não permite votar numa mesa de voto alternativa, representa uma parte significativa da abstenção. É pena que o investimento tecnológico “apenas” esteja orientado para a área das finanças. Prioridades. No entanto, como diz um colega meu, se algo falhar (um bug), no dia seguinte acordamos todos com a tropa na rua.

Também fiz o teste e fui parar ao MMS. Só conheço mais uma pessoa que fez o teste e… MMS outra vez. No gráfico final, do resultado do teste, parece-me que o PS está demasiado colocado à esquerda. Quando há introspecção, a par das preocupações com desgraças ou injustiças e da impulsividade que transparece, tenho o palpite que faltou indicares a ambição para justificar o… MMS. E o facto de o gráfico só ter 2 dimensões :)