10.14.2010

é nos aeroportos que acontecem as melhores lições de espera e que nos tornamos exímios na arte de saber partir. não há alegoria mais perfeita da distância e do reencontro.

soubeste ficar sem perguntar naquele dia em que nos despedimos na gate. suspeito que me conhecias melhor que eu própria na altura, já sabias que não sou de sacrifícios [mas também não era pessoa de riscos antes de ter arriscado] isto só para dizer que hoje apetecia-me outra vez partir. a merda é ainda lembrar-me bem que nos regressos fui muito mais feliz do que nas partidas. bastou isto: encontrei sempre gente à minha espera. no fundo é isso que todos queremos, ter alguém à nossa espera

se calhar afinal fico. o comodismo também é virtude se for para contrariar  esta insatisfação.