3.09.2012

:: morning after

o corpo acorda desfeito com a luz a violar-me as pálpebras. por mais que continue a usar todos os recursos para prolongar a noite, as minhas manhãs agora são claras porque o quarto insiste em deixar o sol vencer-me.
penso caramba há tanta luz na minha vida.
arrasto os braços até à borda da cama, a mão procura a mesa de cabeceira e pede ajuda ao cérebro para decifrar o que lá encontra pousado, espera esbarrar com um comprimido e um copo de água mesmo à mão. mas não.
é verdade que a garganta áspera e os músculos tensos me perturbam a serenidade de ter a manhã para mim e se não fosse o estômago rebelde ter-me-ia levantado e procurado o tal comprimido, mas não sinto as pernas nem os pensamentos e por isso não o faço. fico mais um bocadinho ali a querer muito lembrar-me de tudo da noite anterior. são as pessoas que me fazem feliz. é por isso que nos juntamos numa saída à noite, ou num jantar, ou até para um café na praia, ou entre pipocas numa sala de cinema. são os encontros, os reencontros, as conversas ao telefone que me põem um sorriso nos dentes. e há noites em que o gin também ajuda.

Sem comentários: