10.23.2013

:: thirties are the new twenties... are they really?

a primeira vez que ouvi a frase foi em frente a um ecrã de televisão. Carrie Bradshaw dizia às amigas e a todas nós que assistíamos, também amigas - thirties are the new twenties. a ideia era simpática e colou. fez-me todo o sentido. depois dessa epifania repeti isto milhares de vezes nos últimos anos a mim própria e as pessoas à minha volta também o diziam. era tão reconfortante essa sensação de despreocupação face à angústia geracional de aos vinte e tais ainda andarmos perdidos em relação à vida que queríamos ter.

e assim aprendemos a responder a essa angústia com a convicção de que estávamos todos uma década atrasados e que tínhamos todo o tempo do mundo, ou pelo menos dez anos, para testar e errar. estávamos apenas presos a uma sensação de atraso causada pela transição de uma geração - a dos nossos pais, que aos trinta estavam na meia idade - para a nossa, que aos 20 ainda não sabemos bem o que fazer da vida.

aos trinta e tais (10 anos mais tarde) percebi que Carrie Bradshaw pode ter sido prejudicial a uma geração inteira ao proclamar a trivialização daquela que pode ser a década mais importante da nossa vida e ao incentivar a procrastinação do plano de vida de cada um de nós.

Megan Jay, em The Defining Decade, sugere que os nossos vinte e tais são o momento em que as coisas que fazemos - e sobretudo as que não fazemos - têm um efeito crucial no nosso futuro, na nossa vida e nas pessoas em que nos transformamos. depois de perceber isto entendo porque tenho tantas vezes a sensação de que à medida que os anos passam as pessoas vão perdendo potencial.

80% of life's most defining moment happen before thirty-five.(...)
The real take-home message about the still-developing 20something brain is that whatever it is you want to change about yourself, now is the easiest time to change it. Is your 20something job, or hobby, making you smarter?  Are your 20something relationships improving your personality or are they reinforcing old patterns and teaching bad habits?

What you do everyday is wiring you to be the adult you will be. That's one reason I love working with 20somethings: They are so darn easy to help because they--and their brains and their lives--can change so quickly and so profoundly.
 
é difícil aceitar isto, sobretudo quando se tem trinta e tais, mas as escolhas que fazemos aos 20 e tais são realmente cruciais. não fazer uma escolha é, em si, uma escolha.



6 comentários:

macaca grava-por-cima disse...

faz sentido... arrepiei-me... acho que foi a maneira do meu cérebro me dizer o quão sentido o teu texto faz...

jonah disse...

é não é? eu tb me arrepiei ao ver o Ted talk. Vê o filme quando tiveres um bocadinho. Faz ainda mais sentido nas palavras dela :)
Não te esqueças de passar esta mensagem ao M. quando ele tiver idade para isso :)

Unknown disse...

É assustador ver quão nas nossas mãos está a nossa vida. Aos 20, aos 30, até aos 10. Todos os dias colhemos o que semeamos (e há também a contaminação das sementeiras vizinhas, mas isso já é outra história... ;))

P disse...

É uma desculpa para o atrasar do nosso desabrochar na nossa vida adulta. O querer continuar a fazer as mesmas parvoíces, o ainda morar na casa dos pais, a irresponsabilidade do não ser adulto. Mas a verdade é essa. Os 20 marcam, definem, deixam cicatrizes e ensinam a dar a volta. Aos 30 já são um consolidar das lições dos 20. Nada a ver.

jonah disse...

verdade pressão d'ar, essa história da contaminação das sementeiras vizinhas é mesma história, são as escolhas que fazemos :)

jonah disse...

alguns psicólogos dizem que os 20 são tão determinantes como os primeiros 5 anos de vida, P.