8.12.2014

:: sundays

fins-de-semana de Verão deviam ser sempre assim, de petiscos e amigos, de bons vinhos, gargalhadas e lua cheia. deviam ser sempre cheios, mas cheios mesmo. isto tudo menos as noites de Domingo e aquela angústia inevitável. ainda que se conviva com ela invariavelmente a cada sete dias, estranha-se sempre... mas é mesmo assim. são precisos espaços entre momentos para dar lugar a outros momentos, para os distinguir e destacar os dias mais baços dos outros, os cheios de vida, os salgados, os inebriantes.

os fins-de-semana de Verão parecem-se com os novos amores. de repente é primavera dentro de nós, mas eventualmente, chegará segunda-feira outra vez. há uma promessa nos dias de estio e lazer de um tempo prolongado, quase-infinito, até pelos dias que demoram mais a cair. e no amor há tembém essa beleza de um preenchimento infinito que, no fundo, sabemos tão  profundamente finita - havemos de voltar aos dias pequenos e reaprender a manejar a perícia das horas mais escuras como reaprendemos a manejar as emoções quebradas.

nessa altura põe-se um disco. que o embalo é preciso nas madrugadas de Inverno. e nas segundas-feiras também.






Sem comentários: