(...)
Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere O "preto no branco"
E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da Chuva incessante,
Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o
Simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!
Pablo Neruda
7 comentários:
Sábias palavras... aposto que não há quem as leia que não sinta que pelo menos um dos versos lhe foi dedicado.
nem mais! :)
Adoro o Pablo! Adoro! Adoro! Que saudades do coração aos tropeços em vez do nó no cerebro, das indomáveis emoções... mas: há que virar a mesa quando se está infeliz!
Obrigada pelo poema e pelo que ele significa.
Estejamos.
e espero que não aproveitem o texto para a voz off de um anúncio de telemóveis ou cerveja
Coragem para virar a mesa não te falta e o nó no cérebro faz parte da auto-descoberta que é (deve ser) uma constante da vida.
tem todo o potencial para isso, fd! esperemos que não se lembrem ...
Love it! MC
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