hoje reparei no som bruto e seco da fechadura velha e se fechar os
olhos talvez já consiga ir até ao quarto sem espreitar as curvas. a
Isabel diz que só se sente uma casa como nossa no dia em que não
precisarmos das mãos nem dos olhos para vivermos nela. acho que percebi
que eu sou cada vez mais esta casa, ou ela é cada vez mais isto que eu
sou agora.
pus a música, preparei o jantar e olhei para os
quadros por pendurar. vou deixá-los assim, porque talvez estas paredes
já tenham um bocadinho da minha história. é uma história feliz e nisso
até os passos da vizinha ajudam.
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